20/08/2012

As cartas que não mando

Então, menos de uma hora atrás, nossos olhares se cruzaram. Apenas por um instante. De surpresa. Ela parecia ainda mais assustada do que eu. Tudo que conseguimos fazer foi acenar ligeiramente e darmos um abraço apertado. Na manhã seguinte, ás 8:30h - hora em que ela costumava me telefonar, sabendo que eu estava sozinho - meu celular tocou. Contudo, aqueles trinta segundos nos quais eu a vi e a conversa muito curta no celular mostraram que trinta segundos podem ser tempo demais, e que uma conversa ao celular curta ás vezes parece uma eternidade. Depois que me afastei e tentei enxergar tudo da melhor maneira possível, percebi o quanto estava sendo tolo. Levei meses para superar tudo e estava me deixando se levar DE NOVO, por um instante. Fiz aquele papel ridículo de algum tempo atrás, e peguei o celular milhões de vezes, para mandar uma mensagem. Não consegui dormir. Como naquela época eu era mestre no drama, hoje tentei curar o meu mal-estar com essas palavras, música boa, livros de ficção e muita coca-cola. 
Mas a única coisa que tem me ajudado é o tempo..